quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Triste fim da Mansão Wildberger

Uma mansão ao chão.
Mansão Wildberger, hoje destruida. Desenho de Rafael Dantas
 
 
Para quem cruzava em frente à Igreja da Vitória e dava uma olhada para o que tinha atrás da Igreja, poderia perceber uma construção de estilo único em Salvador. Mas isso era possível há alguns anos atrás. Hoje que olha para os fundos da Igreja da Vitória, vê um terreno vazio com ainda algumas árvores, e um grande espaço entre elas, espaço este que antes era ocupado pela conhecida Mansão Wildberger, hoje infelizmente demolida.
Do marcante ano de 2007, data da demolição da Mansão, para 2012, outros casarões da região já deram adeus. Entre eles prédios em processo de tombamento, verdadeiras relíquias da arquitetura na capital baiana sendo demolidas. Tendo os bairros da Vitoria, Graça e Centro as principais localidades da febre demolidora.
Mas quem pensa que é só no corredor da Vitória que os últimos exemplares de construções do inicio e meados do século XX estão sendo demolidos, estão enganados. Em outros bairros de Salvador estamos perdendo casarios de importante valor arquitetônico e histórico. Na verdade todo esse absurdo coincide com o inicio da gestão do prefeito João Henrique, e com a falta de atenção dada pelo governador Jaques Wagner ao patrimônio Histórico de Salvador e da Bahia. O que antes era preservado e divulgado, hoje vive em constante ameaça. Se compararmos veremos que em governos anteriores, por exemplo o 3° governo de ACM e das prefeituras da época carlista, o patrimônio histórico e artístico aqui da Bahia, era mais bem conservado do que agora. Vejamos por exemplo o pelourinho que hoje está abandonado.

O caso da mansão Wildberger de Salvador é a prova de que a especulação imobiliária e o abandono dos bens arquitetônico de nossa capital são levados a níveis impensáveis. Em outra região de Salvador, também degradada, teremos a vinda da rede de hotéis Hilton, no Comércio. O projeto aponta a construção de uma torre maior do que todos os prédios do local, sem falar que a arquitetura da região, ainda do início do século passado terá a terrível companhia de um prédio coberto de vidro e aço. Nesse caso não teremos a união equilibrada do antigo com o moderno, e sim a adesão forçada do monstruoso prédio do Hotel, sobre o pouco do antigo que ainda restou no Comercio.

Absurdos como esses acontecem em todo o Brasil e temos que ficar atentos, ou será tarde demais no futuro para repararmos os erros do passado destruidor, daquilo que deveria ser preservado, mas que infelizmente é vendido e desprotegido às vezes intencionalmente.

Já foi publicado nesse mesmo blog um artigo atualizado e mais completo sobre a historia da Mansão Wildberger e sua demolição. O titulo: “A casa caiu”. Do tijolo da mansão, ao futuro concreto do arranha-ceu. Mansão Wildberger dos fundos da igreja, para o noticiario Brasileiro.(clique aqui)



2 comentários:

  1. A casa estava lá, suntuosa, mágica, bonita, atrás da Igreja da Vitória, a contemplar a Baía de Todos-os-Santos desde o século XIX, mas, ontem, foi ao chão. Não durou mais de duas horas a sua derrocada, uma máquina laranja jogou seus braços de ferro sobre ela e a história acabou: perdeu-se a algaravia de toda gente comemorando algum acontecimento, alguma farra, alguma história.
    Na verdade, a história só começa agora porque a casa não existe mais, porque surge a necessidade de preservá-la em nossa memória ou na memória daqueles que têm memória, o que evidentemente não é o caso dos órgãos públicos da Bahia, que deviam protegê-la e cuidar do nosso patrimônio histórico cultural.

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    1. Infelizmente as coisas aqui são assim mesmo. Depois que destroem é que tentam proteger. Isso é um absurdo. Em uma cidade com tantas riquezas como Salvador, não podemos admitir que esses tristes exemplos de descuido com o nosso patrimônio histórico e ambiental continuem a acontecer.
      Obrigado pela visita Achel...

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