Palácio Episcopal de Salvador, em desenho feito por Rafael Dantas antes da construção do edifício Imagem: Blog Rafael Dantas. Bahia/Desenho: Rafael Dantas. |
Texto: Rafael Dantas.
Os erros do passado acabam se repetindo constantemente em Salvador, principalmente no que toca a preservação do patrimônio histórico. Ainda lembro do palácio Episcopal antes de sua “reforma”, ou hoje conhecido como Mansão dos Cardeais no Campo Grande, na verdade a "academia" ou salão de festas do gigantesco prédio que fica atrás do antigo casarão que cheguei a desenhar ainda no processo de construção do prédio de luxo.
Os erros do passado acabam se repetindo constantemente em Salvador, principalmente no que toca a preservação do patrimônio histórico. Ainda lembro do palácio Episcopal antes de sua “reforma”, ou hoje conhecido como Mansão dos Cardeais no Campo Grande, na verdade a "academia" ou salão de festas do gigantesco prédio que fica atrás do antigo casarão que cheguei a desenhar ainda no processo de construção do prédio de luxo.
Na época muitos olhavam e se perguntavam"será que o casarão que o Papa João Paulo II tivera ficado iria ser demolido?".
Os atuais usuários do palácio, moradores do Morada dos Cardeais, hoje percorrem, malham e realizam festas em um imóvel importantíssimo infelizmente desfigurado internamente. Durante décadas vários religiosos, políticos e personalidades, entre eles o próprio Papa João Paulo II, por ali passaram ou viveram.
Primeiro os azulejos brancos da fachada foram grosseiramente arrancados, dentro suas paredes decoradas, escadarias e tetos onde antes lustres de cristais tomavam a cena, agora davam lugar a picaretas e ferramentas, destruindo internamente o último grande casarão do Campo Grande.
Muitos pensavam que o casarão iria ser demolido como outros que existiam no Campo Grande e os vários solares e chalés do Corredor da Vitória. Mas os donos do empreendimento pretendiam dar aos seus futuros moradores nada mais nada menos que um palácio para servir de academia ou outra funcionalidade para os futuros condôminos. Foi assim que a obra andou e o casarão ficou, mas a torre que ficava atrás do palácio deu adeus a Baía de Todos os Santos para sempre. No fim o “monstro” (edifício) marrom de concreto voltado para o mar serviu de grande “cortina” para a bela paisagem que poderíamos ver antes no grande espaço entre os prédios na lateral do antigo palácio.
Hoje quem olha para a Praça do 2 de Julho não só vê o monumento com o Caboclo no topo, mas também o enorme prédio!
As inconsequentes transformação dos espaços urbanos da Cidade do Salvador infelizmente ameaçam constantemente o patrimônio histórico e as áreas verdes, essas cada vez mais fragilizados pedindo um triste e inerme socorro que um dia desaparecerá, afinal o que sobrou da “tchau” anualmente.
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Vista do Edifício da praça do Campo Grande, hoje o prédio domina a paisagem. |
[1]Desenho Rafael Dantas.
[2]http://www.citybrazil.com.br/arquivos/imagens/pturisticos/pt_original_00014117.jpg
http://turismo.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/monumentos-de-salvador/monumentos-de-salvador-8.jpg
[3]Encontrada no Site Aratu Online.
[4]Encontrada no site Skyscrapercity,
Um outro absurdo com o patrimônio de Salvador, a demolição da mansão Wildberger, está disponível em artigo nesse mesmo blog. “A casa caiu”. Do tijolo da mansão, ao futuro concreto do arranha-céu. Mansão Wildberger dos fundos da igreja, para o noticiario Brasileiro. (clique aqui).
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